Meu namorado imaginário nem beira à perfeição, é meio bobo, magrelo, desajeitado. De boca torta, tem um sorriso assim de lado, daqueles bem envergonhados. Pode até ser meio estranho, mas o que importa se pra mim é tão bonito? Meu namorado imaginário me irrita com suas manias, seus defeitos, mas as diferenças apimentam. Ele tem mãos grandes e bonitas, deixa a barba mal feita e detesta gel no cabelo. Aparece vez em quando porque usa a saudade como aliada.
Meu namorado imaginário tem personalidade forte e é capaz de conquistar em um gesto. É muito realista, o que me deixa à vontade pra ser exatamente como sou, e não perde a ilusão de quem arquiteta o futuro. Não é inseguro, mas nem tão seguro, que beiraria à soberba.
Não se importa nem um pouco com o tempo que gasto pra me arrumar e nem com o meu cachorro espaçoso. Adora passar horas em frente ao computador e dorme muito. Prefere ficar sempre em casa, chocolate quente, meias e bagunça organizada.
É o homem mais lindo do mundo quando veste bermudão, chinelo de dedo e óculos de grau. Tem sempre segundas intenções, e nelas o ritmo desmascara a ausência. Às vezes não cuida bem das palavras, diz o que não quer, nem ele mesmo se entende, mas é puro charme.
Meu namorado imaginário não é bem o homem ideal, não tem vocação para ser príncipe, tampouco herói de filme e mocinho de novela. É real! Irrita, incomoda, discorda. Por isso, compreende que também não vai achar em mim uma princesa dos contos de fadas. Meu namorado imaginário, enfim, “só precisa existir pra me completar”.
E o seu?? Já imaginou??
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